• 25 de novembro: No governo do PT, 13 mulheres são assassinadas por dia

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Prefeitura ocupada por trabalhadores da Saúde e da Educação

Trabalhadores e apoiadores do lado de fora da Prefeitura. Pressão para entrar!


Neste momento trabalhadores da saúde e da educação de Contagem estão ocupando o prédio da Prefeitura. Eles estão lutando por melhores salários e condições de trabalho para prestar um serviço de qualidade para a população de Contagem. Estão participando da manifestação também ativistas de outros movimentos sociais, da CSP-Conlutas, da ANEL e do movimento Chão de Fábrica.
Ocupantes debatem próximos passos do movimento.

O PSTU participa dessa luta e presta sua total solidariedade aos grevistas e ocupantes. O governo Carlin Moura (PCdoB) está propondo REAJUSTE ZERO para os servidores, em um momento de crise econômica e inflação alta, condenando os trabalhadores a verem seu poder de compra drasticamente reduzido. Fora isso, tem agido com truculência contra os grevistas dificultando as negociações, cortando o ponto dos educadores e, hoje, fechando as portas da prefeitura à comunidade. Trabalhadoras e trabalhadores que tentaram entrar pela porta principal foram impedidos com golpes de cassetete e spray de pimenta pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar.


É interessante notar como um partido que está nesse momento fazendo uma campanha pela democracia, que diz lutar contra um pretenso “golpe" contra a Presidente Dilma, esteja tratando os trabalhadores da maior cidade que governam com métodos violentos e autoritários. Repudiamos o fechamento do diálogo entre o Prefeito e os sindicatos e exigimos que pare imediatamente toda repressão ao movimento grevista.


Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

25 de abril de 1016

sexta-feira, 11 de março de 2016

Zé Maria fala sobre pedido de prisão de Lula

Fala Zé Maria (Presidente Nacional do PSTU)

Eu fui preso, junto com Lula e outros dirigentes sindicais em 1980. Em meio a uma greve geral dos metalúrgicos do ABC, a ditadura militar decidiu intervir nos sindicatos e prender as lideranças. Não tínhamos motivo para nos envergonhar da prisão, nossa causa era justa.
Hoje a discussão que domina as conversas políticas em nosso país é a “condução coercitiva” do ex-presidente determinada pelo Juiz Sérgio Moro para depor à PF, e o pedido de prisão de Lula feito pelo Ministério Público de São Paulo.
Os trabalhadores não têm porque se alegrar com isso. Nem apoiar estas medidas autoritárias e discricionárias adotadas pelas autoridades do judiciário contra Lula. Mas tampouco podemos entrar nessa onda de isso é um “golpe” e que, para defender a democ
racia e o tal “Estado de Direito” é preciso defender o PT e Lula.
A JUSTIÇA É DE CLASSE. SERVE À BURGUESIA. É CONTRA OS TRABALHADORES
O poder judiciário não é imparcial, não. Serve aos interesses dos que controlam a riqueza do país. Isso vale para o STF, STJ, TST, e para a MP. Vale também para o juiz Sergio Moro (quando decidiu pela condução coercitiva de Lula) e para o procurador Cassio Conserino com seu patético pedido de prisão do ex-presidente. Estão agindo por motivações políticas e não jurídicas. Desrespeitaram sim, os direitos individuais de Lula, e isso precisa ser repudiado.
Mas até aí não tem nenhuma novidade. A classe operária, os trabalhadores em suas greves, os jovens que vão às ruas protestar, nunca tiveram acesso à estas garantias e liberdades democráticas que este “Estado de Direito” supostamente deveria garantir a todos. Só recebem bombas, repressão policial, quando não são demitidos pelo patrão. A juventude negra da periferia só conhece do Estado a violência da polícia. Da mesma forma, as comunidades quilombolas e indígenas massacradas pelo agronegócio.
O PT governa o país há treze anos. Sabe disso e é cumplice de tudo isso. Veja a lei “Anti-terrorismo”, proposta pelo governo petista e aprovada no Congresso para aumentar ainda mais a repressão aos que lutam por seus direitos.
A ALIANÇA QUE O PT E LULA ESCOLHERAM FAZER COM O GRANDE EMPRESARIADO
Essa é a primeira explicação para tudo isso. O PT e Lula viraram as costas aos trabalhadores e fizeram alianças com os banqueiros, empreiteiros e grandes empresários para governar o Brasil. Deixaram de lado as lutas dos trabalhadores para governar com este Congresso Nacional cheio de corruptos que aí está. O PT passou a governar para os bancos e grandes empresas, não para os trabalhadores. O PT, Lula e suas campanhas passaram a ser bancados com dinheiro das grandes empresas.
Ao fazerem esta escolha, o PT e Lula escolheram também suas consequências. Ou Lula não sabia que o empreiteiro, que dava 20 ou 30 milhões para financiar sua campanha, iria querer algo em troca? Por qual razão ele acha que um empreiteiro que acumulou fortuna “arrancando o couro das costas dos operários” resolveu ter por ele uma “amizade” tão grande ao ponto de lhe dar “presentes”?
Os trabalhadores precisam extrair lições de tudo isso. O PT está nesta situação porque perdeu a independência que todas as organizações dos trabalhadores devem ter frente aos patrões. Deixou de lado os interesses da nossa classe, a nossa luta, para se aliar aos grandes empresários. Hoje governo com eles e para eles. Deu no que deu.
Precisamos construir um novo partido, socialista, revolucionário, que lute para que os trabalhadores governem o Brasil. Não junto com os banqueiros e grandes empresários, mas contra eles. Não com este Congresso Nacional corrupto, mas através de conselhos populares, apoiado na luta dos trabalhadores e do povo pobre. Só assim nossa vida vai mudar.

quarta-feira, 2 de março de 2016

PT e PSDB juntos na privatização da Petrobrás

Foi votado nesta quarta-feira, 24 de fevereiro, o PLS 131 do senador José Serra (PSDB) por 40 votos a favor e 26 contrários. A versão votada foi acordada entre o Governo Dilma, o PMDB de Renan e o PSDB de Serra e Aécio. O projeto de lei significa mais um largo passo na privatização da Petrobrás. 
Com a aprovação do PLS, petrolíferas estrangeiras poderão explorar o pré-sal independente da participação da Petrobras. Até então, vigorava o regime de partilha que já colocava 70% do petróleo brasileiro à disposição dos interesses do capital estrangeiro, regime este criado pelo governo petista de Lula. O PLS torna a situação ainda mais grave assim, pois  consegue piorar a entreguista lei da partilha, e retira a participação obrigatória de 30% da Petrobras como operadora única do Pré-sal. 
PSDB e PT privatizam a Petrobras 
Correm nas redes sociais muitas postagens e mensagens condenando o PLS do senador do PSDB. Denunciam o PLS de Serra como expressão da sanha privatista do senador paulista e de seu partido o PSDB. Esta crítica e esta denúncia são absolutamente corretas. É preciso que todo o povo brasileiro saiba que o senador José Serra e seu partido, o PSDB, querem entregar não só o petróleo e a Petrobras, mas todo o patrimônio do povo brasileiro, para as empresas privadas, multinacionais em especial.
No entanto, para não fugir à verdade, é preciso não deixar de dizer que o PLS aprovado ontem no Senado teve o apoio do governo da presidenta Dilma. 
E é preciso dizer mais. O Governo do PT está empenhado em entregar a Petrobrás e o petróleo brasileiro ao capital privado, às multinacionais, tanto quanto o PSDB. O processo de privatização está sendo aplicado hoje também pelo Governo Dilma com a política de leilões, desinvestimento e venda de ativos. O governo do PT pretende reduzir 37% dos investimentos da Petroleira nos próximos 5 anos, o que afetará toda cadeia de exploração, transporte, refino e abastecimento. Um sacateamento proposital da empresa pra justificar a entrega da empresa ao capital privado. Além disso, o governo do PT esta a frente da venda direta de parte da BR Distribuidora, de navios petroleiros e de usinas Termelétricas.
Quero chamar então aqueles que estão denunciando o PLS de Serra a continuar a fazê-lo, pois isso é importante. Mas, se o que se pretende é lutar contra a privatização do petróleo e da Petrobras, então tem que denunciar também o governo do PT e a presidenta Dilma. Senão se tornam cúmplices da privatização promovida pelo governo do PT.
Petrobras 100% Estatal
O PSTU defende uma Petrobras 100% Estatal, com monopólio estatal, uma empresa integrada em toda a cadeia produtiva: exploração, produção, transporte, refino, importação/exportação, distribuição e petroquímica e sob o controle dos trabalhadores. Assim poderemos ter esta grande empresa a serviço do povo brasileiro, reduzindo, por exemplo, o preço do combustível e, por consequência, dos alimentos.
Para derrotar esta política de privatização do PT e do PSDB, temos que botar todos eles pra fora! A classe trabalhadora, que produz as riquezas desse país, é que deve governar, através de suas próprias organizações, através de conselhos populares.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Governo do PT quer acelerar licenças ambientais às mineradoras

Parece brincadeira do sensacionalista, mas não é. Pelo contrário, é muito sério. Não se passou nem um mês da tragédia de Mariana (MG), e o governo mineiro do PT, do governador Fernando Pimentel, apresentou projeto de lei à Assembleia Legislativa de Minas para acelerar as concessões ambientais às empresas de mineração.O projeto foi aprovado nesta quarta, 25 de novembro, pela Assembleia e agora o Secretário de Meio Ambiente terá autoridade para conceder licenças em "casos prioritários". Não será mais preciso passar pela avaliação do Conselho Estadual de Política Ambiental, tornando o processo de licitação mais susceptível à corrupção e à pressão das mineradoras. Vai no caminho contrário que esta tragédia mostrou o que é o correto: a comunidade realmente opinar sobre a instalação dessas mineradoras na região.
 
É um verdadeiro absurdo! E mostra bem qual é a preocupação do governo neste momento... é dar segurança aos seus financiadores de Campanha (R$ 3,5 milhões doados pelas mineradoras apenas ao PT em Minas Gerais, sem contar as doações diretas aos parlamentares e diretório nacional) que tudo vai ficar como está, aliás, vai ficar melhor pra eles. 
 
Não há como negar: a rapidez em garantir as licitações das mineradoras em um momento que a atuação destas multinacionais é questionada pelo país ocorre na mesma proporção que é a omissão e a lerdeza em punir os responsáveis pela tragédia. Ninguém da direção da Samarco/Vale foi preso. Até agora, não  foi imposto a estas empresas o custo da tragédia para garantir a reconstrução das vidas das famílias, da cidade e recuperação do meio ambiente. Pelo contrário, a multinacional faz chantagem com o emprego dos trabalhadores.
 
Enquanto vidas foram destruídas, a preocupação dos governos é salvar as mineradoras.

Zé Maria,
Presidente Nacional do PSTU
 

Evento - Samarco: Uma tragédia anunciada


Companheiros e companheiras,

Venham debater conosco as causas e as consequências da grande tragédia causada pela Samarco com a ruptura da barragem de rejeitos. Queremos debater o que o estado e os movimentos sociais podem fazer para evitar que novas tragédias aconteçam, assim como um programa socialista para que a mineração não seja motivo de dor, morte e exploração para os seres humanos e o meio ambiente.

Data: 27 de novembro de 2015
Horário: 18h
Local: Rua França, 532, sala 202 - Eldorado/Contagem
Mais informações: 2559-0724

Contamos com a presença de todos!

LIT-QI: Frente aos atentados de Paris

A França viveu uma de suas noites mais dramáticas em muitos anos. O terror tomou conta de Paris a partir de uma série de atentados suicidas realizados em oito pontos da cidade que, segundo contagem parcial, deixaram ao menos 127 mortos e mais de 200 feridos, muitos deles em estado grave.
 
A maioria morreu baleada na casa de shows Bataclan, lotada de pessoas que assistiam a um show de música. Houve outros ataques, com bombas e fuzis automáticos, em restaurantes próximos e até nas imediações do Estádio da França, enquanto ocorria um jogo amistoso de futebol entre as seleções da França e Alemanha. Após a explosão de um dos "homens bombas", a multidão que assistia à partida correu aterrorizada e chegou a ocupar o gramado do jogo. Oito agressores morreram ao disparar seus cinturões carregados de explosivos.


 
Estamos diante de um dos maiores atentados terroristas em uma capital europeia em décadas. Este fato só é comparável com o ataque ao metrô de Madri realizado em 11 de março de 2004, quando a Al Qaeda reivindicou o assassinato de 191 pessoas, no atentado que também deixou 2000 feridos.
 
O presidente francês, François Hollande, respondeu rapidamente com frases como "o combate (contra os terroristas) será sem piedade", "França será implacável". Nesse sentido, suas primeiras medidas foram a imposição do estado de emergência em toda França e o anúncio do fechamento total das fronteiras. Também ordenou a mobilização do exército, mandando imediatamente mais de 1500 soldados às ruas, que se somaram aos 7000 que patrulham Paris permanentemente desde o atentado à sede do semanário satírico Charlie Hebdo, perpetrado em janeiro deste ano.
 
Passada a madrugada, Hollande realizou novas declarações públicas no Elíseo, sede oficial do governo, e assegurou "não ter dúvidas" de que o responsável dos atentados seria o Estado Islâmico. "É um ato de guerra que foi cometido pelo ISIS (sigla do grupo em inglês) contra os valores que defendemos". O presidente francês, além disso, fez alusão ao fato de que os terroristas teriam atuado com "cúmplices dentro do país".
 
Frente a estes fatos, declaramos:
 
1. Nosso completo repúdio aos atentados que tiraram a vida de pessoas inocentes em Paris. Expressamos nossa solidariedade com os feridos e com as famílias das vítimas fatais. Sentimos profundamente a dor do povo parisiense.
 
2. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. Isso não deve surpreender ninguém, pois se trata de um "partido-exército" que defende um programa teocrático ultrarreacionário e se vale de métodos fascistas para aterrorizar e escravizar populações inteiras da Síria e Iraque. Estes tipos de ações, inscritas no chamado método do "terrorismo individual", poderia parecer a alguém "antiimperialista" pelo fato de ter ocorrido em uma importante capital como a francesa. Mas isso está longe da verdade. Estamos frente a uma ação claramente reacionária, que será usada contra a classe trabalhadora europeia e imigrante. Na verdade, trata-se de ataques a pessoas comuns, muitas delas trabalhadoras. Isto é, não só não estão dirigidos contra os capitalistas nem "debilitam" os estados imperialistas, mas o contrário, os "fortalecem" - ao menos por um tempo - pois oferecem argumentos aos governos para realizar uma escalada repressiva e reacionária contra as minorias étnicas, religiosas, ou contra o movimento operário e a esquerda em geral. Neste caso, seguramente a ofensiva será contra os imigrantes árabes, muçulmanos e contra as dezenas de milhares de pessoas que chegam, ou tentam chegar, no caráter de "refugiadas" do Oriente Médio. A imprensa burguesa tentará associar, uma vez mais, o  "islamismo com o Estado Islâmico, ainda que tal comparação seja completamente falsa e absurda.
 
3. Ao mesmo tempo, o justo repúdio ao Estado Islâmico e seus métodos não devem impedir de condenar a enorme e asquerosa hipocrisia de Hollande, do ex-presidente francês Nicolás Sarkozy, Obama, Merkel, etc., que tratam de hastear a bandeira de uma suposta defesa da "humanidade" e da "democracia" ante à "barbárie terrorista", quando tem promovido terríveis invasões terrestres (como as do Iraque e Afeganistão) que causaram centenas de milhares de mortos no Oriente Médio e atualmente encabeçam bombardeios na Síria e Iraque. Os governos europeus e dos EUA, por mais que insistam em invocar a luta da "civilização contra a barbárie", são os principais responsáveis pelo selvagem terrorismo de Estado em todo o Oriente Médio. As marcas das suas garras imperialistas se remontam desde os séculos de colonialismo - no caso dos franceses, por exemplo, na Argélia - na região, passando pela imposição e a manutenção de ditaduras sangrentas - como a de Bashar Al-Assad, na Síria, até chegar nos genocídios de populações inteiras através de suas intervenções militares, em que também consideramos a histórica limpeza étnica na Palestina. Por isso, é necessários rechaçar categoricamente os métodos atrozes do Estado Islâmico, mas sem esquecer por um segundo, e muito menos calar, que os maiores terroristas da história humana são as potências imperialistas.
 
4. O cinismo desses senhores não tem limites. A imprensa internacional já começou a falar do "11 de setembro francês" e muitos defendem abertamente uma "guerra total contra o terrorismo" ao estilo de George W. Bush. Neste sentido, nos opomos a todas as medidas repressivas que Hollande anunciou: estado de emergência e mais militarização. Certamente, isso será usado contra os imigrantes que a duras penas tentam ganhar a vida na França e outros países europeus. O fechamento das fronteiras está claramente associado com a política de não acolher mais refugiados, em momentos em que presenciamos a maior onda migratória na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Para aplicar todas essas medidas reacionárias, Hollande e os demais governos europeus se apoiarão no inevitável fortalecimento do clima de racismo e xenofobia que este tipo de atentado alimenta. Partidos de extrema direita, ao estilo Le Pen e outros, sem dúvida, se servirão deste clima para tentar responsabilizar e perseguir diretamente os refugiados que fogem da guerra na Síria e de outros países do Oriente Médio. A política de Hollande e do imperialismo europeu convoca a uma suposta "unidade nacional e internacional contra o terror", mas alertamos que esta retórica é apenas uma cortina de fumaça para atacar as liberdade democráticas dos próprios povos europeus e para perseguir com sanha os imigrantes e refugiados.
 
5. A esquerda mundial, especialmente europeia, e todo o movimento operário, social e defensor dos Direitos Humanos devem rechaçar nas ruas o conjunto dessas medidas repressivas e discriminatórias do governo francês, que o Estado Islâmico, com seus métodos terroristas, melhorou as condições para que sejam aplicadas.
 
Toda nossa solidariedade às vítimas e suas famílias!
 
Abaixo as medidas repressivas de Hollande, facilitadas pela ação terrorista do Estado Islâmico!
 
Contra qualquer tipo de xenofobia e islamofobia!
 
Asilo imediato e irrestrito a todos os refugiados que chegam à França e à Europa!
 
Secretariado Internacional
 
São Paulo, 14 de novembro de 2015

25 de novembro: No governo do PT, 13 mulheres são assassinadas por dia

Ana Pagu,
da Secretaria Nacional de Mulheres

O 25 de novembro é o Dia Internacional de Luta contra a Violência à Mulher. No Brasil, os atos convocados para esse dia precisam incorporar a denúncia contra os assassinatos das mulheres negras, que cresceu assustadoramente nos últimos anos. O Mês da Consciência Negra, o Novembro Negro, também é o mês de lutar contra a violência à mulher porque o governo do PT tem manchado seu mandato com o sangue das mulheres negras, pobres e trabalhadoras das periferias.

O Brasil é o 5º país do mundo onde mais mulheres são assassinadas
A violência contra a mulher é dos problemas graves no país. A cada 10 segundos, uma mulher é violentada. A cada 12 minutos uma é estuprada, e uma é assassinada a cada uma hora e meia, conforme dados do IPEA (2012). A morte é a expressão mais brutal da violência contra a mulher. O assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres ou motivado por machismo se chama feminicídio e cresceu 250% nos últimos 35 anos, conforme demonstra o Mapa da Violência 2015.
O Brasil ocupa o quinto lugar entre os países com maior homicídios femininos, ficando atrás apenas de El Salvador (1º), Colômbia (2º),  Guatemala (3º) e Rússia (4º). Países com fortes direitos restritivos às mulheres registram menos casos de homicídios femininos do que o Brasil, como é o caso da Turquia, que ocupa o 53º lugar e o Egito que está na 77º posição, conforme demonstrou o estudo comparativo entre 83 países analisados pelo Mapa da Violência 2015.
A combinação entre racismo e machismo mata mais as mulheres negras
O Mapa da Violência 2015 demonstra também que, entre 2003 e 2013,  13 mulheres foram assassinadas por dia. Em 2013, foram registrados 4.762 homicídios femininos. É como se tivessem sido exterminadas todas as mulheres em 12 pequenos municípios do país, tais como o município de Borá no interior de São Paulo. No Brasil, para cada 100 mil mulheres, 4, 8 são assassinadas. Essa taxa é 48 vezes mais que a do Reino Unido, 24 vezes maior que a da Dinamarca e 16 vezes a do Japão.
A taxa varia em cada estado brasileiro. Por exemplo, em Roraima, no ano de 2013, a taxa foi de 15,3 mulheres assassinadas para cada 100 mil, ao passo que em Santa Catarina ou São Paulo, no mesmo ano, a taxa foi de 3 em cada 100 mil mulheres. Igualmente são taxas muito altas, dado que média mundial é de 2 assassinadas em cada 100 mil mulheres.  Indo a fundo nos dados municipais, observa-se que a maior quantidade de casos ocorreu nos municípios de pequeno porte, onde a assistência às vítimas de violência é precária ou inexistente.
Em média, todos os dias, são mortas 13 mulheres por conta da violência machista. O aumento do número de assassinatos repercute principalmente entre as mulheres negras, cujo crescimento eleva a taxa de maneira geral. Entre 2003 a 2013, foi registrada queda de 9,8%  na taxa de  homicídios de mulheres brancas. Enquanto que, em 2003, foram registrados 1.747 assassinatos de mulheres brancas, em 2013 esse número caiu para 1.576. Em relação às mulheres negras, por outro lado, o crescimento foi de 54,2%. Em 2003, 1.864 mulheres negras foram assassinadas. Já em 2013, esse número cresceu para 2.875 vítimas.
Isso demonstra que as mulheres negras são as que mais morrem, tanto em comparação com os números absolutos quanto na comparação com a taxa de crescimento. Elas são as que estão em maior vulnerabilidade, ou seja, mais sujeitas a serem mortas.
 A naturalização da violência contra a mulher trabalhadora entre as negras é agravada pelo racismo. De acordo com dados do IPEA (2013), as mulheres negras são as que recebem os menores salários, estão nos piores postos de trabalho e são as que mais residem nas periferias das cidades, onde o serviço de iluminação pública e o atendimento às vítimas de violência são extremamente precários.  A construção social da mulher negra como objeto sexual, hipersexualizada e propriedade masculina, resquícios da ideologia escravocrata, também pode estar por trás desse aumento.
A maioria das famílias negras é chefiada por mulheres, o que demonstra que a violência doméstica, principal causa dos homicídios femininos, extrapolam o âmbito privado. O Mapa da Violência 2015 também inclui a análise dos boletins policiais, indo além dos dados relativos especificamente aos homicídios diretamente vinculados aos casos de violência familiar.
Não se pode descartar que a maior ocorrência de assassinatos de mulheres negras possa estar relacionada às vítimas da violência policial que, embora vitime mais homens, também afeta com maior incidência as mulheres negras. O caso de Claúdia, no Rio de Janeiro, arrastada e pela polícia é só uma expressão disso. O racismo institucionalizado, mas escondido pelo mito da democracia racial, é um componente muito forte contra a vida das mulheres negras.
Para além dos programas da ONU
O dia 25 foi institucionalizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999 e sua origem remete aos assassinatos das irmãs Teresa e Minerva Mirabal. “As mariposas” (borboletas em espanhol), como ficaram conhecidas, eram militantes de uma organização comunista e foram mortas, a mando do ditador Rafael Trujilo, em 1960, quando retornavam de uma visita a seus maridos - presos políticos do regime ditatorial da Republica Dominicana.
Os governos e as instituições do imperialismo possuem várias iniciativas frente à data, tais como, os “16 dias de ativismo” ou o “Dia Laranja”. No Brasil, o Congresso, o governo e a Rede Globo impulsionam uma campanha contra violência que tem sido reproduzida nos horários nobres da televisão e se materializado em atividades institucionais nas prefeituras e no Congresso que seguirão até o dia 10 de dezembro.
Acreditamos que é função do Estado combater a violência contra as mulheres, mas elas são limitadas porque não enfrentam a principal causa: a sociedade de classes. Os programas de “Empoderamento da ONU” estão desvinculados da transformação social das condições de vida das mulheres pobres, trabalhadoras, imigrantes, negras, que são as que mais sofrem suas consequências, poderá ser uma resposta efetiva para acabar com a violência.
Uma saída classista para o fim da violência
O capitalismo utiliza todas as formas de opressão para superexplorar as mulheres, especialmente em momentos de crise econômica. Diferente do que faz a ONU, a luta classista contra a violência à mulher não pode estar desvinculada da luta contra os governos, os patrões e o sistema. É por isso que, junto com nossas exigências específicas, acreditamos que é preciso dar um basta no governo Dilma e na oposição de direita. Todos são inimigos das mulheres.
Denunciamos o governo Dilma pelas mortes das mulheres em nosso país. O fechamento da Secretaria Especial de Políticas para as mulheres, em favor de cortar gastos para o pagamento da dívida pública, bem como os cortes sistemáticos no orçamento para o combate à violência contra a mulher são exemplos disso. Exigimos a aplicação de 1% do PIB nacional para ampliar e aplicar a Lei Maria da Penha, com a criação de uma rede de prevenção e atendimento às vítimas de violência, cuja porta de entrada das denúncias possa ser o Centro de Referência à mulher e não a delegacia.
Exigimos também a desmilitarização da polícia, cuja violência vitima principalmente as mulheres negras.
Defendemos o fim das demissões e garantia de emprego, para que as mulheres não tenham de submeter à violência por razões econômicas.
A democracia dos ricos não é capaz de por fim às mazelas do capitalismo e a violência contra a mulher segue se acirrando e tem suas raízes na contradição de classe do sistema. Por isso, também direcionamos nossa luta para construir uma sociedade sem classes, o socialismo, onde não haja nenhuma forma de opressão e exploração.